Você queria saber se realmente está sendo atendido pela empresa que contratou ou se apenas está falando com terceiros que nem sabem de verdade sobre o produto que você usa? Provavelmente você está falando um callcenter daqueles bem quadradões que vendem o atendimento como uma fábrica chinesa ou do KK Park, um produto em série, rápido e entregue de qualquer jeito.

Pra quem não sabe, callcenter é uma central onde várias pessoas ficam atendendo em biongos que lembram muito uma mistura de granja industrial com lanhouse: cada pessoa fica num gabinete com um computador e um headset sem poder sair de onde está quando quer, durante umas 5 ou 6 horas.

A pessoa que atende tem que entrar em vários sistemas bizarros, velhos e mal feitos para conseguir a informação que você quer, e todos os dias, as empresas que não são bobas nem nada, desejam fazer mais com menos colocando a pessoa para “conhecer” mais e mais conteúdo de qualquer área para poder atender vários setores diferentes pelo preço de um. Ou seja, produtividade com baixa qualidade é o lema!

Para fazer de conta que as empresas de callcenter estão ligando para qualidade, ultimamente, elas fazem isso de uma forma mais barata e “eficiente”: Obriga o atendente a encher o saco do cliente para ele responder a famosa PESQUISA DE SATISFAÇÃO(Customer Satisfaction Score) no final do atendimento. Como o cliente acaba tendo pena ou mais oque fazer do que responder pesquisa, ou ele responde de forma a se livrar logo daquilo dando uma nota boa, ou nem responde. Daí as empresas concluem que o atendimento delas é bom…

O gozado é que essas empresas que operam o callcenter sempre mandam a pesquisa para ser respondida sobre o atendimento, e não sobre a empresa, o que ao meu ver é um erro, afinal muitas vezes você tem um ótimo e educado atendimento sem ter resolvido absolutamente nada, não por culpa de quem lhe atendeu ,mas por causa dos rolos (correrias) que a empresa tenta fazer sem que você saiba pra te manipular de forma carinhosa…

Se você ligar para um lugar onde tem uma barulheira de fundo de outras pessoas falando, enquanto quem te atende ,aparentemente, está com o microfone enfiado no bumbum com a pessoa ofegante ou perdida ou desanimada, pode ter certeza, você caiu num sistema de atendimento de produção em massa. A prioridade ali é te atender rápido porque as empresas e a lei assim querem.

Quando você ligar para alguém e esse alguém te diz “Obrigado por aguardar, me desculpe a demora!”, é certeiro, você está em contato com um callcenter, eles são obrigados a dizer isso pois a empresa exige que o cliente não seja “abandonado” na linha.
Ou então, o atendente pega e lhe solta um “ENTENDO…”, entendo pode ser traduzido por “você está redondamente enganado mas eu não quero debates com você!”.

No final das ligações a pessoa te lembra: “Fique em linha para a pesquisa de satisfação, ela é muito importante mim…”
Você liga para resolver um problema seu, quer desligar rápido a ligação que nem lhe ajudou mas é obrigado depois uns questionários que sempre colocam a faca no pescoço do atendente mas nunca na empresa.

Enfim, se você liga para um local e percebe o quem te atende, atende com uma padronização artificial, com uma acústica horrível , com um alarido de fundo, lhe pedindo um momento para consultar um sistema bizarro e com uma voz de quem já fez aquilo umas 500 vezes , é um callcenter profissional! Um Mcdonalds do atendimento! Evite! Só ligue se realmente for necessário e tome cuidado para ver se a informação dada é correta, muitas vezes nem a empresa mesmo sabe sobre o que ela atende e os problemas que ela própria tem, aí o atendente lhe dá qualquer resposta para bater a meta dele de atender bastante e rapidinho.

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